Todo mundo sabe que o leite materno é o alimento mais completo para o bebê, pois potencializa o sistema imunológico e o desenvolvimento da criança.
Sabemos, também, que a amamentação fortalece o vínculo entre mãe e filho e ajuda a mulher a voltar ao peso normal mais rápido. São tantas vantagens que fica até difícil de acreditar que amamentar ainda por cima é grátis, não é mesmo?
A verdade é que poucas sensações são tão intensas quanto ter um filho nos braços e dar o peito para ele. Mas, apesar do ato de amamentar ser algo “natural”, está longe de ser algo instintivo. Nem a mulher nem o bebê nascem sabendo como fazer! Por isso, preparamos este guia para ajudar você e seu filho nessa experiência deliciosa!
O começo de tudo
Se você está grávida, certamente idealiza muito o momento em que vai dar de mamar pela primeira vez. Nos seus planos, o leite vai jorrar e o bebê vai sugar direitinho até dormir, de barriguinha cheia. Se isso acontecer mesmo, sorte sua. Se a realidade for diferente, não se desespere: é normal! Aproveite para se preparar psicologicamente para as adversidades durante os nove meses e tirar todas as suas dúvidas sobre amamentação com o médico.
Lembre-se que o tamanho do seu seio não influencia em nada no aleitamento (no entanto, se tiver feito redução de mamas ou seu bico for invertido ou plano, pode precisar de mais ajuda no processo). E também não há necessidade de preparar seus mamilos para a amamentação: seu corpo já faz isso sozinho, deixando-os maiores e mais escuros. Uma atitude que pode ajudar nesse processo é tomar sol nessa região - sempre com protetor solar e antes das 10h e depois das 16h.
Primeiras mamadas e a pega
Nas primeiras vezes que seu filho mamar, ele receberá o colostro – uma espécie de líquido transparente e rico em anticorpos e proteínas. Ao longo dos dias, seu leite vai começar a descer – e é normal que você sinta um formigamento e um certo ardor nos seios quando isso acontecer. Fique tranquila!
O grande segredo do sucesso da amamentação está na pega do bebê. É necessário que ele abocanhe toda a aréola, e não só o bico. Primeiro, molhe toda a aréola com um pouco do seu leite e posicione a criança com a cabeça um pouco inclinada para trás. Assim que ela abrir a boca, encaixe o seio, deixando o lábio inferior o mais longe possível do mamilo. Para saber se a pega foi correta, observe se apenas a parte de baixo da boca do bebê está se mexendo e se tem pouca aréola aparecendo. Se sim, está correto! Caso contrário, tire o bebê do seio e comece de novo. Lembre-se de não deixar o narizinho do bebê encostado na sua pele, para que ele respire normalmente!
Amamentar dói muito. É normal?
Nos primeiros dias, é normal doer um pouco, sim. Isso porque o bebê ainda está aprendendo a mamar e seu corpo está se acostumando com a nova função. No entanto, se seu mamilo ficar muito sensível, rachar ou até sangrar, é sinal de que a pega está errada e precisa ser corrigida. Enquanto isso, para tratar as fissuras, você pode usar o próprio leite materno (que é altamente cicatrizante) e também pomadas específicas, receitadas pelo seu médico.
Outro problema que pode acontecer é o “empedramento” do leite, que pode levar à mastite, um entupimento dos ductos que causa vermelhidão, dor, inflamação e até febre. Essa doença causa uma dor quase insuportável, mas amamentar ou ordenhar nessa fase é ainda mais importante, para ajudar o leite a sair. Além disso, massagear as mamas também pode ajudar.
Como saber se o bebê está satisfeito
Um recém-nascido pode mamar de 8 a 15 vezes ao dia e, após uma semana de vida, é usual que esse número caia para 6 a 8 vezes. O tempo em que o bebê fica no peito pode variar muito de criança para criança então, para saber se seu filho está se alimentando bem, procure por sinais como:
- O bebê fica mais tranquilo após a amamentação
- Seus seios ficam mais macios, ou seja, as mamas esvaziaram
- O bebê faz bastante xixi, e ele sai clarinho. O cocô também é bem amarelado após o quinto dia de vida
- Ele começa a ganhar peso após a primeira semana de vida
Existe leite fraco ou pouco leite?
Às vezes, temos a impressão de que não produzimos leite suficiente porque ele não vaza e a mama para de encher – mas esses são sinais de que seu organismo se habituou à demanda. Ou que o leite é fraco, pois a criança chora logo depois de mamar – mas as lágrimas podem ser causadas por outros motivos que não fome.
Primeiro, saiba que não existe leite fraco. Isso é mito! Sobre a falta de leite, ela é bem mais incomum do que a gente imagina – estima-se que apenas 2% das mulheres sofram disso. Se você realmente achar que tem pouco leite, converse com seu médico, verifique se a pega está correta e beba muita água!
Alimentação da mãe durante o aleitamento
Todo mundo – e não só lactantes – deve se alimentar de forma saudável. Procure seguir uma dieta com alimentos ricos em fibras, proteínas, ferro e cálcio, com muitas frutas e verduras e cereais integrais e evite consumir bebidas alcóolicas ou ricas em cafeína. Também vale ficar atenta aos sintomas do bebê: se perceber que ele sentiu algum desconforto depois de mamar, tente lembrar se comeu algo diferente. Os alimentos mais propensos a dar cólica na criança são chocolate, feijão, brócolis e leite de vaca – esse último também pode causar alergias.
Doação de leite
Quem tem muito leite pode ajudar outras mães que não conseguiram amamentar cadastrando-se em um banco de leite. Para doar é necessário fazer a ordenha cobrindo os cabelos, nariz e boca, para não haver contaminação. Aí, deve-se armazená-lo em um frasco de vidro com tampa plástica esterilizado e guardar no congelador por até 15 dias.